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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Bullying não é uma brincadeira, é uma violência, diz especialista


Apelidos pejorativos, constrangimento público e ataques físicos são alguns dos problemas enfrentados por quem é vítima de bullying. Na busca para reduzir o problema, entrou em vigor este mês a lei que institui o programa de combate ao bullying e prevê que escolas, clubes e agremiações recreativas desenvolvam medidas de conscientização, prevenção e combate a esse tipo de intimidação. A Agência Brasil ouviu especialistas que avaliaram as medidas propostas pela lei e falaram sobre o combate ao bullying.
A doutora em educação e especialista em bullying e ciberbullying Cleo Fante diz que a lei é um avanço, mas considera que os professores e a escola não estão preparados para o enfrentamento ao bullying. Segundo ela, é preciso um trabalho de capacitação para professores e de abordagem frequente do tema nas escolas. "Ainda há muitos equívocos sobre o que é o bullying. Falta muito entendimento. O bullying não é uma brincadeira, uma ofensa pontual ou um conflito, o bullying vai muito além disso, é violência. Para que a lei se torne efetiva, temos que trabalhar o tema como violência, que é um fenômeno complexo, reflexo da violência social", defende.
Para ela, as ações de prevenção e combate ao bullying não devem se restringir a uma palestra ou uma campanha isolada contra o problema, mas fazer parte das discussões do dia a dia e envolver também a família. "Não é simples lidar com esse problema, ações pontuais geram resultados pontuais. Lidar com o bullying requer ações contínuas, então é preciso um conjunto de estratégias que denominamos de programas. Não adianta fazer uma palestra, um dia de conscientização, é preciso trabalhar de uma forma contínua", disse Cleo Fante.
A lei que estabelece o programa de combate ao bullying prevê que sejam realizadas campanhas educativas, além de orientação e assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores e institui práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores. Entre os objetivos do programa está a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema.
Para o professor do curso de graduação e pós-graduação em Psicologia da Universidade Estadual Paulitas (Unesp) e autor de livro sobre bullying Nelson Pedro-Silva, embora a lei tenha mérito de chamar a população para o debate desse fenômeno, ela é desnecessária. "A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) são documentos suficientes que nos permitem retirar elementos que nos possibilitem trabalhar com o equacionamento do bullying".
O professor explica que ao trabalhar na prevenção ao bullying é importante formar cidadãos com consciência de seus direitos e deveres e que respeitem as diferenças. "Devemos aprender a viver numa sociedade, que é formada por pessoas que apresentam diferenças étnicas, físicas, de toda ordem, e temos que aprender a lidar com o diferente. O que tem ocorrido é que nossas crianças e adolescente têm apresentado dificuldades consideráveis para lidar com aquilo que eles julgam ser diferente e, como tal, deve ser exterminado", disse Nelson Pedro.
A lei, sancionada pela ex-presidenta Dilma Rousseff, caracteriza o bullying como todo ato de "violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas".
O texto prevê que a punição aos agressores deve ser evitada, tanto quanto possível, "privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil.

Quase 70% dos estudantes da rede pública de Fortaleza declaram sofrer bullying




O isolamento é uma das características de crianças que sofrem bullying. (FOTO: Flickr/ Revista Esquinas/ Fabrício Remigro)

A pesquisa é fruto uma parceria entre o Ministério da Educação, a organização dos estados interamericanos e a Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais
Situações de constrangimento e preconceito são rotina em várias escolas do mundo. Atualmente chamada de bullying, a situação de violência dentro das escolas se caracteriza por ações intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneiras repetitivas por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.
A filha de Michele Bonfim tem 9 anos e mudou de escola este ano. Ela conta que ao buscar a menina na escola, percebeu que ela estava triste. Foi aí que a garota contou que havia sofrido um episódio de preconceito. “Na fila da escola, um menino chamou ela de ‘neguinha feia do banheiro’. Quando fui buscá-la na escola, percebi que ela estava mal”, explica a mãe.
Um estudo feito nas sete capitais com as mais altas taxas de homicídio entre jovens apontou Fortaleza como a cidade onde mais crianças e adolescentes relatam ter sofrido violência em 2015. Segundo a pesquisa, uma parceria entre o Ministério da Educação, a organização dos estados interamericanos e a Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais, 67,2%  dos alunos da rede pública de Fortaleza dizem ter sido agredidos verbal ou fisicamente.


Suícidios de adolescentes reacendem debate sobre bullying na França


Émilie se matou aos 17 e trechos de seu drama pessoal, foram registrados num diário

A morte prematura e trágica das duas adolescentes desencadeou um debate sobre a melhor forma de proteger jovens e, ao mesmo tempo, ensiná-los a respeitar uns aos outros. O drama de ambas também foi exposto pela imprensa francesa.
O sofrimento de Émilie tornou-se público quando um jornal francês reproduziu trechos do diário da adolescente divulgados pelos pais dela.
Em seguida, uma rede de televisão exibiu o filme Marion, para sempre 13 - uma dramatização da vida de Marion Fraisse, que morreu há três anos.
O filme de 90 minutos mostra como seu sofrimento foi crescendo gradualmente, de forma imperceptível para quase todos ao seu redor. Numa sala cheia de alunos, Marion fica marcada como uma das garotas boazinhas. Aos poucos, vai perdendo amigas, e passa a ser vítima de rumores, insultos e isolamento.
Uma certa ocasião, Marion é abordada no corredor da escola por um grupo de garotos, que a agarram, reviram e jogam longe seus sapatos. "Ela estava pedindo para isso acontecer", diz uma garota que testemunhou tal cena.
Após esse episódio, Marion fica abalada e chora. A partir desse momento, o filme mostra como ela entra em desespero, se rende à depressão e, finalmente, toma a decisão radical de acabar com a própria vida.

Filhos, esses desconhecidos

O filme exibido na televisão francesa foi adaptado do livro escrito pela mãe de Marion, Nora Fraisse. Depois de encontrar uma carta da filha, Nora decidiu publicar a história da adolescente.
O ato pode ser considerado comovente, porque um dos elementos mais marcantes dessa história é a forma como os pais de Marion narram saber o que estava acontecendo com sua filha.
Entrevistada por um jornal francês para divulgar o lançamento da dramatização, a atriz Julie Gayet, que interpreta Nora, disse que o filme traz dois pontos de vista: Marion e sua mãe.
Segundo a atriz, o roteiro "mostra que os pais nunca conhecem realmente os filhos". "Metade da vida de uma criança lhes escapa", observou Gayet.
Mais de quatro milhões de pessoas sintonizaram no canal de televisão para assistir ao drama, cuja exibição que foi sucedida por um debate de uma hora. Muitos levaram a discussão para as redes sociais, onde compartilharam suas histórias e expressaram suas opiniões.
"Não é suicídio, é assassinato", escreveu uma usuária do Twitter que se identificou como Sara. Outro sugeriu que o filme fosse exibido em escolas. Muita gente descreveu suas próprias experiências com bullying, narrando que o trauma os perseguiu por anos mesmo já tendo saído da escola.

"Querido diário"

Quando Émilie morreu, ela era quatro anos mais velha que Marion.
Considerada uma aluna brilhante, estudava em uma escola particular na cidade francesa de Lille quando começou o assédio.
Reprodução
Antes do filme, a história de Marion já havia sido contada num livro escrito pela mãe da adolescente, que expôs o bullying na escola
Os pais dela narram que desde os 13 anos Émilie era discriminada pelos colegas: não era considerada descolada o suficiente, não acompanhava o que estava na moda e era uma leitora voraz. Um dia, atingiu seu limite e abandonou a escola.
Durante três anos, em que tentou outros colégios e até ensino à distância, Émilie desenvolveu uma fobia de escolas.
Os pais acreditam que sua morte esteja ligada à depressão como resultado de anos de bullying. Parte de seu calvário foi registrado num diário, no qual ela relata algumas das dificuldades de seu dia-a-dia:
"Esquivando-me de golpes, rasteiras e cuspes. Fechando os ouvidos para insultos e zombaria. Mantendo um olho na bolsa e no cabelo. Segurando as lágrimas. De novo e de novo.
...
- Ei, sabe o quê?, um menino exclamou alto o suficiente para todos ouvirem na classe menos o professor. Aparentemente, eles vão premiar os CDFs mais feios de todos os países. - Ah é?, reagem os colegas dando risadinhas. Aposto que temos o vencedor na classe.
...
Eu não quero que os meus pais saibam o quão patética eu sou; e acho que eles deram à luz a um pedaço de lixo."

Combatendo o bullying

Estatísticas oficiais indicam que cerca de 700 estudantes sofrem com bullying todo ano na França, país que tenta conscientizar os alunos sobre as consequências do bullying e, ao mesmo tempo, oferecer apoio para as vítimas.
Em 2014, uma nova lei antibullying foi aprovada. Também foi criada uma linha telefônica para receber informações sobre incidentes envolvendo alunos. Mesmo assim, ativistas que lutam contra o assédio nas escolas afirmam que a França não enfrenta o problema de forma adequada.
"A resposta das autoridades está melhorando muito lentamente", diz a psicóloga e ativista Catherine Verdier. "Mas comparada a outros países, a França está se arrastando. Se você olhar para a Finlândia, a Suécia, onde o bullying é uma causa nacional, nesses países houve um verdadeiro esforço vindo de cima para mudar as coisas."
Willy Pierre, que dirige uma entidade chamada "Vocês São Heróis", criada após a morte de Marion para quebrar o tabu em torno bullying diz que "algumas escolas melhoraram" na França, "mas não o suficiente".
"A linha direta funciona apenas em horário escolar e agendar uma conversa entre a criança e um adulto pode levar semanas ou meses", afirma Pierre.
Ativistas pressionam para que as autoridades combatam também o cyberbullying - o assédio pela internet - que ocorre do lado de fora dos portões da escola. Pierre diz que a solução só virá quando pais, professores e alunos discutirem o problema abertamente.
Um relatório da Unicef publicado há dois anos idetifica o bullying como um problema mundial que "existe em algum nível e de alguma forma em todos os países".
As crianças que são maltratadas, diz a Unicef, são propensas a uma vasta gama de efeitos negativos, incluindo "depressão, ansiedade, pensamentos suicidas".


Casos de bullying nas escolas cresce no Brasil, diz pesquisa do IBGE

Aparência física é um dos principais motivos de bullying.
Problema é considerado de saúde pública.



A aparência física é um dos principais motivos de bullying nas escolas, um problema considerado de saúde pública. O número de casos de jovens submetidos a situações de humilhação vem crescendo, de acordo com pesquisa do IBGE sobre a saúde do estudante brasileiro.
Para quem sofre, não é brincadeira, não tem graça e pode deixar marcas. "Ficarem chamando de gordo, magro, julgar a aparência. Eu senti que meu coração ia cair", diz Maria Clara, de nove anos, vítima de bullying.
Karine Sales Braune é mãe de Maria Clara, que já teve problemas em três escolas. Eram sempre as mesmas ofensas gratuitas: “A reação dela é, às vezes, ficar quieta, se fechar".
A menina é amorosa e tímida. Ficou mais tímida nos últimos tempos, mas prefere perdoar os colegas. "Ela tenta relevar as coisas que acontecem com ela. Claro que magoa. Ela não quer tocar no assunto, pra ela, passou a dor, morreu o assunto. Ela abstrai, perdoa e não quer nem falar do assunto", relata a mãe.
A mãe pede para ela contar tudo sempre e conta com a ajuda da escola: “As outras duas escolas mal abordaram o tema. Nessa escola que a Maria está, eles resolveram prontamente a questão e eu acho que tem que ser assim".
Mesmo que muitos pais não saibam, esse sentimento é muito comum entre as crianças e adolescentes. Quase a metade dos alunos entrevistados na pesquisa (46,6%) diz que já sofreu algum tipo de bullying e se sentiu humilhado por colegas da escola. A maioria (39,2%) afirmou que se sentiu humilhado às vezes ou raramente e 7,4% disseram que essa humilhação acontece com frequência e entre os principais motivos está a aparência.
Comparando a pesquisa anterior, feita em 2012, o número de casos de alunos que relataram já ter se sentido assim no colégio aumentou. Em 2015, eram 46,6% dos alunos. Em 2012, eram 35,3%.
Uma escola no Rio de Janeiro tem um programa de combate ao bullying. São debates, aulas de arte que começa com os alunos entendendo o q essa palavra realmente significa. Eles estudaram inclusive a lei do bullying, que diz que o responsável pode até ser processado se o caso for comprovado.
Pela pesquisa, dois em cada 10 estudantes já praticaram bullying e as agressões partem mais dos meninos. Gabriel de Castro, de 14 anos, já sofreu e já praticou bullying, mas com entendimento, as coisas mudaram: “Fui aprendendo que essas brincadeiras que eu fazia não eram legais e isso magoava as pessoas".

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/08/casos-de-bullying-nas-escolas-cresce-no-brasil-diz-pesquisa-do-ibge.html

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Criança se mata por bullying e mãe publica foto na web: "quero que os colegas vejam o que fizeram"

Menino não suportou humilhação e, deprimido, se enforcou
Os pais de um jovem de 12 anos que se matou após sofrer constantes episódios de bullying no colégio Lakeside, em Telford, na zona oeste da Inglaterra, fizeram questão de divulgar imagens do filho morto na internet para que os colegas vissem o mal que fizeram à criança.
Foto: Reprodução/Mirror
De acordo com informação do Mirror, sem suportar a humilhação dos colegas, Dylan Stewart estava em depressão e resolveu tirar a própria vida. Ele se enforcou e foi encontrado pelos seus pais, Amanda e Robert, agonizando com uma corda no pescoço, dentro da casa onde moravam.
Os pais chegaram a levar a criança para um hospital, mas ele não resistiu e morreu oito dias após dar entrada na unidade de saúde. Em seguida, indignados com a situação, eles divulgaram imagens da criança morta na internet para mostrar aos colegas o que a agressão fez com Dylan. "Nós queremos que eles vejam o que eles fizeram", disse a mãe.
Foto: Reprodução/Mirror
"Se as imagens de Dylan morto forem ajudar a impedir que outras agressões aconteçam, então já teremos conseguido alguma coisa", completou ela. 
Os pais registraram a agressão na polícia, mas ninguém foi preso ou penalizado.

domingo, 10 de agosto de 2014

Bullying

É uma forma de assédio ou intimidação com forte componente de humilhação. | Infância e Adolescência | Família |




O fenômeno do assédio escolar é bastante conhecido e tem denominação auto-explicativa em português, "assédio escolar", sem nenhuma necessidade de se recorrer à outro idioma para tal, entretanto, tendo em vista a grande abrangência do significado da palavra da língua inglesa, o título desse artigo será mesmo Bullying.
Devido a dificuldade em traduzi-lo para outras línguas a adoção do termo é universal. Em 2005, durante a realização da Conferência Internacional Online School Bullying and Violence, concluiu-se que o amplo conceito da palavra bullying dificulta a escolha de um termo correspondente em outros idiomas, entre eles o alemão, francês, espanhol e português (Visionary.net, 2005).
A palavra "bully" em inglês significa valentão, assim, bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou um grupo com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender. Assim sendo, o termo bullying descreve uma forma de ofensa ou agressão de uma pessoa ou um grupo sobre alguém mais fraco ou mais vulnerável.
A rigor a psiquiatria não teria nada a ver com o bullying em si, principalmente por se tratar de um comportamento vindo de pessoas supostamente normais, pessoas apenas com carência de valores morais e com elevada dose de maldade. A psiquiatria não deve se envolver em ambiente tão sórdido, deixando para essas questões éticas soluções éticas e de responsabilidade de nosso sistema sociocultural.
Mas a psiquiatria deve se ocupar sim, das conseqüências extremamente patológicas e mórbidas que o bullying pode produzir em suas vítimas. Nesse caso a psiquiatria pode e deve envolver-se, juntamente com a cumplicidade de outros setores da sociedade, pois não se trata de poucas pessoas envolvidas. Estudos indicam que a prevale^ncia de vítimas de bullying varia entre um mínimo de 8% a um máximo de 46%. Os agressores aparecem nas pesquisas entre um mínimo de 5% e um máximo 30% (Neto, 2004 -Fekkes, 2005).
A idade da vítima de bullying mais prevalente se situa entre 11 e 13 anos, sendo menos freqüente na educação infantil que no ensino médio (Eslea, 2001). Os agressores masculinos são prevalentes, entretanto, as meninas podem exercer formas mais sutis ou, como vimos, mais indiretas de bullying, dificultando assim a percepção da agressão. Há boas razões para se acreditar que a prevalência do bullying esteja sendo subestimada, tendo em vista o fato de que a maioria dos atos de bullying ocorrem fora da visão dos adultos e de que a maioria das vítimas não queixa da agressão, seja por constrangimento ou por saber que pouco farão por elas.
A prevenção do bullying é um trabalho bastante complexo e se constitui em medida necessária de saúde pública e de relevância sócio-política, já que está relacionada ao pleno desenvolvimento da personalidade das pessoas, ao preparo para a convivência social sadia e segura. As pesquisas mostram dados interessantes sobre a violência, sendo um deles relativo a uma das formas mais visíveis de violência na sociedade; a violência juvenil, aquela cometida por pessoas com idades entre 10 e 21 anos.
Mostram também, as pesquisas, que grupos de comportamento violento antes da puberdade tendem a ter atitudes cada vez mais agressivas, ações cada vez mais graves na adolescência e persistência de comportamento violento na fase adulta. É como se a sociedade toda fosse apenada por não ter coibido energicamente o comportamento violento quando deveria... tenha sido tal omissão inconseqüente feita em nome do tal "estatuto da criança e adolescente", fosse por conta de alguma interferência pseudo-humanista e demagógica de frações sociais barulhentas e mal informadas.
O termo "violência escolar”é bastante abrangente. Seu estudo analisou, inicialmente por volta da década de 80, as depredações e agressões ao patrimônio escolar. Na década de 1990 os estudos se voltam para as relações interpessoais agressivas, envolvendo alunos e professores. No início da década de 2000 o bullying finalmente chama atenção dos pesquisadores. Sposito, 2001). Portanto, as pesquisas sobre bullying são relativamente recentes, aparecem mais a partir da década de 90, principalmente com o sueco Olweus (1993),  Smith e Sharp (1994), Ross (1996) e Rigby (1996), conforme citado por Aramis Lopes Neto (2004).
O termo "violência escolar", por sua vez, é mais abrangente, envolve o bullying e muito mais. Diz respeito a todos comportamentos agressivos e anti-sociais, incluindo o bullying, as agressões interpessoais, danos ao patrimônio e outros atos criminosos que têm a escola como cenário.
O comportamento do bullying é uma forma de assédio ou intimidação com forte componente de humilhação. Ele pode ser de dois tipos; direto e indireto. O tipo direto, próprio da agressão masculina, se faz diretamente sobre o agente agredido, sem intermediários, e deve ter as seguintes características:
1. O comportamento é maldoso, agressivo e negativo com objetivo de produzir dolo;
2. Esse tipo de comportamento é repetitivo;
3. Esse tipo de comportamento ocorre em desequilíbrio de poder, com vantagem do agente agressor em comparação ao agente agredido.
O assédio intimidativo não envolve obrigatoriamente um ato criminoso ou uma violência física. Isso aumentaria as chances de coibição, proibição e punição. Muitas vezes o sofrimento é ocasionado dissimuladamente por meio de abuso psicológico ou verbal. No entanto, as cicatrizes emocionais são tão ou mais duráveis que aquelas produzidas por agressões físicas.
ALGUNS EXEMPLOS DAS ATITUDES NO ASSÉDIO INTIMIDATIVOInsultos e depreciações diretas
Ataques físicos ou psicológicos repetidos
Desrespeito e destruição de propriedades da vítima
Divulgar rumores depreciativos sobre a pessoa
Obrigar a vítima a comportamentos que ela não quer
Envolver a vítima em situações problemáticas e complicadas
Depreciar publicamente a família da vítima
Estimular outras pessoas ao bullying contra a mesma vítima
Depreciar a aparência, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade da vítima
 Favorecer o isolamento social da vítima
 Envergonhar a vítima na frente das pessoas.

 Bullying Feminino
 O tipo indireto desse assédio escolar é a forma mais comum de bullying do sexo feminino. Geralmente a conseqüência é forçar a vítima a se sentir diminuída e ao isolamento social, obtido por meio de várias técnicas. Isso inclui:

1. Espalhar comentários (fofocas);
2. Recusar acolher ou socializar com a vítima;
3. Intimidar outras pessoas que possam acolher a vítima;
4. Ridicularizar a vítima através de vários meios (internet e outros), e sobre diversos aspectos pessoais (incluindo etnia, religião, situação sócio-econômica, aspecto físico, incapacidades, etc.).



 Atualmente está em moda o chamado cyberbullying, que é a utilização dos meios da internet para exercer o bullying, tais como criar páginas, comunidades ou perfis falsos e negativos sobre a vítima, principalmente em sites de relacionamento, publicação de fotos comprometedoras, etc. Algumas vezes o bullie (que é o valentão ou valentona chefe do bullying) usa da grafitagem depreciativa como método de agressão.
 Cyberbullying

Uma das características mais evidentes do bullying é o desequilíbrio de poder entre o agressor ou agressores e a vítima, seja esse assédio produzido na escola, universidade, trabalho, clube, etc. Por isso, talvez, o termo intimidação, em português, seja mais adequado que assédio escolar.
Ambiente Escolar e Social
Estudos das influências do ambiente escolar sobre o desenvolvimento acadêmico do jovem já são bastante conhecidos. Entretanto, é importantíssimo também a influência do ambiente escolar na saúde emocional da pessoa, no presente e no futuro (Samdal, 2004).

O acolhimento no ambiente escolar não é importante apenas para a qualidade da vida emocional da pessoa, mas também é relevante em relação ao aproveitamento e desenvolvimento escolar. Algumas pesquisas mostram que o relacionamento inter-pessoal e a aceitação pelos colegas é muito importante, tanto nas crianças quanto nos adolescentes (Ravens-Sieberer, 2004).
O bullying e a vitimização representam diferentes tipos de envolvimento em situações de violência na infância e adolescência. O bullying é uma forma de afirmação de poder interpessoal através da agressão e humilhação. A vitimização, por sua vez, ocorre quando uma pessoa se faz receptora do comportamento agressivo de uma outra mais poderosa ou popular inconscientemente. Tanto o bullying como a vitimização têm conseqüências negativas imediatas e tardias, seja para os agressores ou para as vítimas e observadores.
Uma das dificuldades para a participação da escola no manejo do bullying é que esse tipo de comportamento agressivo é tradicionalmente admitido como natural, fisiológico, aceito por ignorância ou comodidade como se fosse próprio da juventude, portanto, não é valorizado pelos educadores e nem pelos pais, exceto pelos pais da vítima.
Se a escola e a sociedade têm esmerada preocupação com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que é um documento onde estão previstos os direitos da criança e do adolescente ao respeito e à dignidade, como ficamos quando as próprias crianças e adolescentes desrespeitam seu próprio estatuto em relação às outras crianças e adolescentes? (veja nesse site A Maldade da Infância e Adolescência)
E por uma série de vícios sociais politicamente corretos a escola tem grande dificuldade em aplicar a disciplina que a sociedade espera dela. Primeiro, na escola particular, alguns pais com o péssimo e quase esquizóide habito de achar seus filhos têm sempre razão, defendem suas atitudes incondicionalmente em detrimento das tentativas disciplinadoras da escola. Com isso esses pais acabam estendendo à escola a incapacidade que têm em estabelecer limites e responsabilidades aos seus filhos. Caso não sejam satisfeitos os privilégios dessas crianças, ameaçam tirá-los da escola.
Na escola pública, por outro lado, embora a atitude de alguns pais em relação ao entendimento que têm sobre as condutas de seus filhos seja a mesma visto anteriormente, eles não têm o instrumento da ameaça de causar um prejuízo econômico tirando seu filho da escola, tal como fazem os pais da escola particular. Nesse caso eles ameaçam fisicamente professores e diretores. Ou pior ainda; dizem que vão à televisão reclamar do abuso cometido contra a fragilidade de seus filhos.
Essas variáveis e dificuldades fazem com que a escola seja completamente ou quase completamente omissa na questão do bullying, por interesse, medo ou comodidade. Assim sendo, a aparente aceitação dos adultos e a conseqüente impunidade favorecem a perpetuação desse comportamento agressivo.
Os Valentões do Bullying
Algumas condições adversas parecem favorecer a agressividade nas crianças e adolescentes. Essas condições podem ser constitucionaispsicológicas e ambientais. O fator constitucional mais grave e irreversível que invariavelmente proporciona conduta delinqüencial é o chamado Transtorno de Conduta (Veja mais).

Felizmente o Transtorno de Conduta não é tão comum, mas quando aparece é definitivo e não comporta tratamento. Tendo em vista sua gravidade, o Transtorno de Conduta só deve ser diagnosticado se satisfizer os critérios dos manuais de classificação (CID.10 e DSM.IV).
Transtorno do Controle dos Impulsos, tipo Explosivo Intermitente, é outra condição constitucional capaz de se manifestar com agressividade, baixíssimo limiar de tolerância e impulsividade, mas não necessariamente com maldade.
Outros fatores individuais predominantemente constitucionais também influem nos comportamentos agressivos, como por exemplo, a hiperatividade, impulsividade, distúrbios comportamentais, dificuldades de atenção, pouca inteligência e desempenho escolar deficiente.
As condições psicológicas determinantes da agressividade do bullying parecem mais comuns que aquelas constitucionais. Um tipo comum de agressor é aquele que tem opiniões positivas sobre si mesmo, geralmente é mais forte que sua vítima, sente prazer em dominar, causar danos e sofrimentos aos outros.
Geralmente o autor do bullying se empenha muito em ser popular, é tipicamente expansivo, barulhento, tende a se envolver em comportamentos infratores e anti-sociais (Griffin, 1999). Pode tratar-se de pessoa impulsiva, mas não obrigatoriamente e vê sua agressividade como qualidade, provavelmente por ser um comportamento reforçado pelo meio.
Via de regra o agressor tem uma personalidade autoritária e uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido observado no autor de bullying uma deficiência em habilidades sociais e pontos de vista preconceituosos. Algumas pesquisas mostram que os agressores são mais envolvidos em comportamentos de risco para a saúde, tais como: fumar, beber em excesso (King, 1996) ou usar drogas (DeHaan, 1997).
Quanto às condições ambientais envolvidas no bullying, algumas pesquisas identificam no agressor uma certa desestrutura familiar, um relacionamento afetivo pobre, excesso de tolerância, permissividade ou falta de limites. Há ainda maior incidência de maus-tratos físicos ou comportamentos explosivos dos pais como afirmação de poder.
Quando se percebe a combinação de baixa auto-estima com atitudes agressivas e provocativas de bullying, há maior probabilidade de que o agressor tenha alterações psicológicas merecedoras de atenção especial, tais como, por exemplo, quadros depressivos. No entanto, isso é raro e há poucas evidências de que os autores de bullying sofram de qualquer déficit de autoestima. Por outro lado, a inveja e o ressentimento podem ser motivos para a prática do assédio escolar, ao mesmo tempo estima-se que aproximadamente 20% dos autores de bullying tambe´m tenham sido vítimas dele.
Os alunos que testemunham o bullying e ao invés de qualquer participação reparadora ou aliviatória, limitam-se a rir dos episódios de agressão, devem ser classificados como auxiliares ou cúmplices, pois funcionam como incentivadores, incitadores e estimuladores do autor. Muitos desses alunos que começam sendo apenas testemunhas omissas acabam acreditando que o uso de comportamentos agressivos contra os colegas é o melhor caminho para alcançarem a popularidade e o poder. Com isso podem acabar aderindo ao bullying por pressão dos colegas.
Outros alunos são apenas observadores protetores, preferem se afastar ou defender a vítima. Alguns desses alunos seguindo uma boa orientação familiar, chegam a chamar um adulto para interromper a agressão.
Conseqüências
Embora o bullying tenha efeitos variados entre as crianças e adolescentes, em geral existe uma relação direta de suas conseqüências com a freqüência, duração e severidade das agressões. Suas vítimas sofrem conseqüências a curto e longo prazo. As dificuldades emocionais e escolares são as mais imediatas. As dificuldades emocionais persistem por muito mais tempo, sendo a depressão com baixa autoestima a principal seqüela.

Os autores de bullying, por sua vez, a longo prazo podem apresentar conseqüências sociais e legais. Quanto mais jovem for a criança agressiva e autora do bullying, maior será o risco de apresentar problemas associados a comportamentos anti-sociais em adultos, tais como a instabilidade no trabalho, nos relacionamentos afetivos, nas questões éticas (Due, 1999).
O testemunho de atos de bullying acompanhado de omissão é, por si só, um ato culposo. Isso pode trazer conseqüências de arrependimento, sensação de impotência, culpa, omissão. Presenciar o bullying pode proporcionar nos demais alunos uma malformação de caráter, de valores, descrença na instituição, banalização da contravenção, inversão de valores morais, de justiça, entre outros.
O comportamento dos pais dos alunos agressores é importantíssimo para a prevenção do problema. Na questão do bullying, nenhum pai deve se sentir mais aliviado porque seu filho não está sendo vítima. Os agressores terão seríssimos problemas de conduta, comportamento e moral no futuro, caso não sejam prontamente corrigidos. As outras crianças que "não tomam partido", estão longe de serem inocentes. São cúmplices.
Os pais das vítimas do bullying devem ter conduta fortemente intervencionista. A indiferença e a falsa crença de que isso "é coisa de criança" pode fazer com que a vítima sofra intensos sentimentos de abandono. O inconformismo, a revolta e a ira podem comprometer o desenvolvimento da personalidade dessas crianças. A negação ou indiferença da escola e dos professores pode gerar na criança a sensação de traição ou a descrença e desconfiança no sistema, pode ainda estimular uma falsa crença no triunfo da injustiça e no sucesso da maldade.

O que fazer
A maioria dos alunos não se envolve diretamente em atos de bullying e geralmente se cala por medo de ser a próxima vítima, por não saberem como agir ou, infelizmente, por já estarem descrentes das atitudes da escola, da instituição e da autoridade.

Esse silêncio e omissão acaba sendo interpretado pelos autores do bullying como aval para suas atitudes ou confirmação de seu poder, o que ajuda a perpetuar a situação e acobertar os autores desses atos. Por isso os adultos devem sempre estimular seus filhos a denunciarem o bullying, senão à própria escola, no mínimo através deles, pais.
Lopes Neto mostra que grande parte dos alunos que testemunham o bullying sente simpatia pelas vítimas e condena o comportamento dos agressores. Cerca de 80% dos alunos não aprovam os atos de bullying e deseja que os professores e a escola intervenham mais efetivamente. Segundo esse autor, quando as testemunhas interferem e tentam cessar o bullying, tais ações são efetivas na maioria dos casos. Por isso é importante incentivar o uso do poder do grupo contra o autor ou os autores do bullying, fazendo com que eles se sintam sem nenhum apoio social.
Medidas preventivas
Avaliar o bom desempenho dos alunos pelas notas ou cumprimento das tarefas não e´ suficiente. A escola deve monitorar as habilidades ou possíveis dificuldades que seus alunos possam ter em seu convívio social, no relacionamento com os colegas. Esta é uma atitude obrigatória da instituição em quem se confia a responsabilidade pela educação e segurança de seus alunos.

A prevenção do bullying deve envolver a todos, ou seja, os pais, a escola, os colegas e até a mídia. Para a melhor prevenção é necessário perceber o bullying precocemente. Se a escola deve cumprir seu papel de observação atenta, mais atenta ainda deve ser a família.
A criança vítima de bullying apresentará algumas alterações obrigatoriamente. O sofrimento emocional se traduz em diferenças no comportamento ou em representações orgânicas, assim, pode-se dizer que essas alterações acontecem na esferacomportamental, escolar, emocional e, muitas vezes, físico. Não é necessário que a criança apresente todas alterações referidas abaixo como indício de assédio escolar, mas quanto mais graves forem as agressões mais sintomas aparecerão.
O comportamento reflete insegurança em relação à escola, atitudes evasivas e evitativas em relação às aulas. A criança pode ainda mostrar irritabilidade, tendência ao isolamento, inibição social. Há choro fácil e mau humor. O rendimento escolar pode sofrer prejuízo, mas isso não é obrigatório.
Embora não seja tão comum, pode haver alterações alimentares, tais como a perda de apetite, mais comum em meninos e bulimia, predominante em meninas. Além das alterações do sono, a criança ofendida pelo bullying pode fazer xixi na cama (enurese noturna) e ser aterrorizado por pesadelos.  
Organicamente é possível haver diarréia crônica (síndrome do intestino irritável), gastrite, asma brônquica, dermatites e alergias, tudo isso de fundo emocional. A criança pode apresentar ainda depressão emocional, crises de tristeza, ansiedade, medo e pânico.
A escola e os pais devem encorajar os alunos a participarem ativamente da vigilância e do desestímulo dos atos de bullying, uma vez que o enfrentamento por parte dos outros alunos mostra a falta de apoio ao agressor ou agressores.

para referir:
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